ESCREVE O LUÍS MIGUEL (futuro escritor)
“Teoria dinâmica, crescida no tempo. É preciso agora apresentá-la à vida. Chama-se “Teoria dos Ses”. Pode ser exposta segundo temáticas gerais. Porque dinâmica, basta apenas ir enunciando, aleatoriamente; a organização virá depois.
Exemplos:
1) Se as pessoas, de repente, ficassem mudas.
Desenvolvimento: teríamos de aprender a linguagem dos mudos? A música seria apenas instrumental? A escrita recuperaria a importância de outros tempos? Haverá mais silêncio? A TV e a rádio teriam de se renovar completamente, sob o risco de se tornarem incompreensíveis? Etc.
2) Se as pessoas, de repente, só dissessem a mais pura verdade acerca do que pensam e sentem.
Desenvolvimento: ver-nos-íamos confrontados com aquilo que os outros realmente acham de nós, e vice-versa? A natureza da maior parte dos conflitos humanos seria outra: em vez de camuflagem, revelação? As fantochadas protocolares cairiam no ridículo? O dinheiro perderia grande parte da sua importância? Certos dos seus objectivos, os seres humanos perderiam menos tempo a tentar concretizá-los? O sexo seria muito menos negociável? O padrão de normalidade aumentaria qualitativamente? Os carros seriam menos poluentes? (Nota: esta última é uma piada, claro.) Etc.
3) Se as pessoas, de repente, deixassem de trabalhar?
Desenvolvimento: tudo a mudar? Drástico: fim da espécie?
4) Alguns esboços:
Se as pessoas, de repente, repudiassem ou ignorassem todas as manifestações e criações artísticas; se os gelos polares, de repente, derretessem; se os japoneses, de repente, lançassem uma bomba atómica sobre NY; se as pessoas, de rpente, deixassem de medir o tempo; se, de repente, seres de outro planeta poisassem na Terra, para entabular conversações acerca dos mais profundos problemas da existência; se, de repente, houvesse Deus; se as pessoas, de repente, deixassem de morrer, e outras ressuscitassem; se as cidade, de repente, por alguma circunstância, se tornassem inabitáveis; se, de repente, todos os seres humanos morressem, excepto um homem e uma mulher; se a Lua, de repente, desaparecesse. Etc., etc., etc.
TEORIA DOS SES — Ilações imediatas: teoria do tédio decorrente da norma.
Nota: bom campo de trabalho para a exploração de algumas questões fundamentais: existência, crenças, medos, morte.
Excelente como exercício de liberdade de pensamento e de acontecimento.
/.../
Talvez pudesse (e fosse mais interessante) resumir tudo num prosopoema. (Tenho a impressão de que os textos curtos são mais eficazes: podem ser lidos de uma só vez, e ao vivo, para milhares de pessoas.)
Nota última: a explorar. Tudo, outra vez.”
Exemplos:
1) Se as pessoas, de repente, ficassem mudas.
Desenvolvimento: teríamos de aprender a linguagem dos mudos? A música seria apenas instrumental? A escrita recuperaria a importância de outros tempos? Haverá mais silêncio? A TV e a rádio teriam de se renovar completamente, sob o risco de se tornarem incompreensíveis? Etc.
2) Se as pessoas, de repente, só dissessem a mais pura verdade acerca do que pensam e sentem.
Desenvolvimento: ver-nos-íamos confrontados com aquilo que os outros realmente acham de nós, e vice-versa? A natureza da maior parte dos conflitos humanos seria outra: em vez de camuflagem, revelação? As fantochadas protocolares cairiam no ridículo? O dinheiro perderia grande parte da sua importância? Certos dos seus objectivos, os seres humanos perderiam menos tempo a tentar concretizá-los? O sexo seria muito menos negociável? O padrão de normalidade aumentaria qualitativamente? Os carros seriam menos poluentes? (Nota: esta última é uma piada, claro.) Etc.
3) Se as pessoas, de repente, deixassem de trabalhar?
Desenvolvimento: tudo a mudar? Drástico: fim da espécie?
4) Alguns esboços:
Se as pessoas, de repente, repudiassem ou ignorassem todas as manifestações e criações artísticas; se os gelos polares, de repente, derretessem; se os japoneses, de repente, lançassem uma bomba atómica sobre NY; se as pessoas, de rpente, deixassem de medir o tempo; se, de repente, seres de outro planeta poisassem na Terra, para entabular conversações acerca dos mais profundos problemas da existência; se, de repente, houvesse Deus; se as pessoas, de repente, deixassem de morrer, e outras ressuscitassem; se as cidade, de repente, por alguma circunstância, se tornassem inabitáveis; se, de repente, todos os seres humanos morressem, excepto um homem e uma mulher; se a Lua, de repente, desaparecesse. Etc., etc., etc.
TEORIA DOS SES — Ilações imediatas: teoria do tédio decorrente da norma.
Nota: bom campo de trabalho para a exploração de algumas questões fundamentais: existência, crenças, medos, morte.
Excelente como exercício de liberdade de pensamento e de acontecimento.
/.../
Talvez pudesse (e fosse mais interessante) resumir tudo num prosopoema. (Tenho a impressão de que os textos curtos são mais eficazes: podem ser lidos de uma só vez, e ao vivo, para milhares de pessoas.)
Nota última: a explorar. Tudo, outra vez.”